Mãe. Mãaae. Mãe.

Deixaste um vazio que ainda, cinco anos decorridos (incrível como a dor distorce o tempo e o encolhe ao infinito), é maior que tudo. Sinto a tua falta num grito que trago sempre mudo. Este texto não devia ser de tristeza mas de alegria por teres existido, por nos termos conhecido. Por seres a minha mãe. Por há muitos anos me devolveres sempre os parabéns pelo dia da mãe, por gritares o meu nome ao infinito quando eu era pequenina e passava as tardes longe de casa a brincar, pela história do senhor velho cigano que andavas sempre a contar e pela cesta que te obriguei a comprar para o ajudar um bocadinho, quando morávamos na Foz. Pelas tuas palavras de amor, sobretudo as nunca ditas com os lábios e sempre com o olhar. Pelos teus jardins, pelas flores que te oferecia sempre por saber que as amavas como a nós (digo-o mas sei do que falo, sei era impossível amá-las como a nós). Por todas as nossas idas ao café. E pelas conversas. Onde estás tu mãe? Ainda hoje dava tanto para não teres sofrido. Já nem era para viveres mais. Era só para não teres sofrido. Sinto a tua falta. De uma forma que engole ainda tudo. Vai sempre ser maior que tudo. E quero o teu cheiro e a tua voz. E o teu olhar. Para sempre.

Comentários

Rute Ferreira disse…
💓 como sempre um texto lindo cheio de afago, ao mesmo tempo que nos deixa um nó na garganta! Beijinho!
❤️ Muito muito obrigada, querida Rute. Um beijo no teu coração.

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