Ema, meu amor
Podia falar do riso e do sorriso cada vez mais frequente. Ou da forma como me abraça e parece já dar beijinhos. São sete meses e meio de Ema no nosso mundo e ele nunca foi tão bonito. A sensação é de a conhecer desde sempre apesar de apenas agora ter chegado.
Já se nota o seu feitiozinho e não é mau. Ontem enlouqueceu
quando lhe tirei o termómetro do banho das mãos. Tinha adorado o ritual até
esse momento. O que ela se contorceu, a reclamar, zangada. Nunca tinha
acontecido. Até agora, facilmente se distraía com outro brinquedo. Está a crescer.
Quer o que é dela.
É uma viagem maravilhosa ver um ser humano formar-se. Já
tinha sentido isso com a Gabriela. E agora sinto-o ainda mais com a Ema, porque
sou mais velha e mais consciente. Será que foi isso que a minha mãe sentiu
comigo? A falta que me tem feito a morena. A preta do meu avô. A perna grossa
como a minha e como a da Ema. A pequenita tem as pernas iguais às nossas. Bem gorduchinhas.
Estou a adorar esta maternidade mais consciente. Assistir a tudo. Amar aquele sorriso maravilhoso. Também já se senta como uma senhorita. Se quiser já nem cai. O que ela gosta de brincar e de palrar. É lindo ver a sua destreza a aumentar. Como já consegue agarrar nas coisas só com uma mão. E passá-las para a outra. Os cordões de uma bolsa do pão, por exemplo.
Continua a adorar
comer e também já começou, aparentemente, a dormir a noite toda. Só sei se é
mesmo assim quando passarem várias semanas disto que ela já nos enganou várias
vezes a malandra. No outro dia, experimentou côdea de pão na sua mãozinha e o
que ela adorou! É uma bebé tão fofa!
Depois há o cabelito a crescer e que às vezes já parece
encaracolar, os olhos que ora são azuis, ora cinzentos, ora verdes. É tudo, tudo, tudo o que a torna única que eu amo.



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