E vão sete... sem dormir
Adoro ser mãe. Adoro ser mãe da Gabriela e da Ema, adoro cada pedacinho delas. E hoje, no dia em que a Ema celebra sete meses e passou pela primeira vez a noite com a irmã, adoro ainda mais. Andamos muito cansados, eu e o Rui. Muito. A Ema é bastante exigente e parece ser o único bebé do mundo inteiro que não dorme de noite, o que nos traz pelas ruas da amargura.
E quando falo em não dormir, é mesmo isso: não dormir. Chega
a acordar de meia em meia hora. Exaustos, completamente rendidos e
compreensivos com as vítimas da tortura do sono, condescendemos a seguir as
instruções de um livro para nos ajudar a ensiná-la a dormir. Já nem sei em que
dia vamos, mas a promessa é conseguir que ela durma a noite inteira (pelo menos) em sete dias.
O que é necessário para chegar lá? Uma capacidade de resistência tremenda, sobretudo
dada a nossa fragilidade trazida pela falta de sono. Porque, senhores, ela
chora. E chora como se o seu mundo tivesse desabado mas isso não é o pior.
Mesmo.
O pior de todo este processo é que nos últimos dois dias a Ema
não riu. Como se não merecêssemos o seu sorriso, como se a tivéssemos
desiludido. Nós que apenas fazemos isto pelo seu bem. Como se conhecesse pela
primeira vez o vazio. Entretanto, os olhos vermelhos, a denunciar a falta das
horas de sono e a aparente falta de cuidados dos pais. Eu lá questiono: mas e
se isto a marcar para sempre? Ser deixada a chorar, qualquer coisa que me
revolve as entranhas, digo. A questão é que a alternativa também não me parece
muito viável. Nem para nós nem para ela. Todos os seres humanos precisam de
dormir. E dormir seguido. Umas boas horas. Se nós estamos exaustos, mesmo
depois desta noite em que dormimos umas cinco, seis horas, imagine-se ela.
Dizem os entendidos que um bebé de sete meses deve dormir umas 11 horas
seguidas por noite… Parece-me surreal. E depois, qual a diferença entre a
Gabriela e a Ema? Sim porque, com esta idade, há muito que a Gabriela dormia muito
mais.
Desculpa Ema, mas temos de ensinar-te a dormir. É pelo teu bem. E pelo nosso, confesso. Também parabéns, meu amor. Pelos teus sete meses e pelo teu enorme sorriso. Que volte depressa.



Comentários
Enviar um comentário