A primeira constipação

E aos seis meses, duas semanas e quatro dias, ela ficou constipada pela primeira vez. Com direito a nariz entupido e espirros mil, uns atrás dos outros, e também alguma tosse. A sorte é que espirrar fá-la rir sempre, porque se habituou a fazermos a festa.

O pior é mesmo assoar o nariz centenas de vezes ao dia e as dificuldades em dormir, com os barulhos associados. Além disso, aspirar as narinas é um pesadelo completo, com direito a um choro descontrolado que só visto.


Melhorou logo ao segundo dia, felizmente. E gulosa como é, nunca chegou a perder o apetite. O engraçado é que os pais entram logo em desespero quando os filhos ficam doentes. Mesmo se essa primeira vez é aos seis meses, nada mau para um início de vida.

Sempre tive muita sorte porque com a Gabi sempre se deu um fenómeno extraordinário, de ela melhorar, sobretudo da febre, mal chegava ao pé de mim. Lembro-me de um Verão em que a minha mãe me ligou aflita porque ela tinha a temperatura alta e não havia forma de a conseguir baixar. Voei para casa dos meus pais, em Santo Amaro. E nem passaram 15 minutos para a febre lhe passar quando me deitei na cama ao pé dela. Voltou a acontecer cá em casa, num dia em que veio da escola com tanta febre que delirava. Pouco depois de eu chegar a casa, a febre baixou e ela voltou a ter cor nas faces. A que se deverá o fenómeno? À sensação de segurança e aconchego, provavelmente.

Sei que uma das coisas de que mais sinto a falta é a forma como a minha mãe cuidava de mim quando eu ficava doente. Quando tenho febre ou me vou abaixo, a ausência dela torna-se ainda mais dolorosa. Porque ninguém cuida de nós como a nossa mãe. Ninguém faz a sopa melhor nem nos entala os lençóis com o mesmo desvelo. O poder do amor é imenso.

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